domingo, 19 de fevereiro de 2012

www.partodoprincipio.com.br Leia é muito interessante saber para depois não dar desculpas.

Mitos e Fatos

Mitos e Fatos
São poucos os fatos da vida envoltos em tanto mistério, medos e tabus quanto o parto. Talvez nem o sexo tenha sido tão mistificado, alguém aqui já ouviu falar de quem tenha medo de morrer de sexo? Ou de ter falta de líquido, cordão enrolado, bacia estreita para o sexo?
Quem já esteve grávida fartou-se de ouvir de amigos, parentes, conhecidos e até de desconhecidos sobre os grandes perigos do parto. Todo mundo tem uma história trágica a contar. São tantas histórias dramáticas que não consigo entender como é que as nossas cidades não estão povoadas de pessoas lesadas, paralisadas, ressecadas e enroladas em cordões assassinos! Sem contar nas mulheres alargadas e com incontinência urinária no último grau.
Qual é a grávida que não foi parada pela manicure, pela cobradora do ônibus, pela cunhada da prima da vizinha para ouvir uma história tenebrosa sobre o bebê que bebeu água do parto, que chorou na barriga, que fez cocô no líquido amniótico, que secou de tanto que passou da hora, que tinha 30 voltas de cordão no pescoço, que teve um parto seco, que teve um fórceps tão forte que lhe afundou o crânio de lado a lado?
Se você está grávida e se a sua barriga já aparece, certamente você já ouviu uma história dessas e não gostou nada dos pulos que seu coração deu. Pensando em ajudar as mulheres que se encontram nessa situação, aqui vão algumas dicas para ajudar a desmistificar os "grandes perigos" que as cercam quanto mais o parto se aproxima.
MITO EXPLICAÇÃO FATOS
Falta de Dilatação Muitas mulheres hoje em dia dizem que não conseguiram ter um parto porque tiveram falta de dilatação. Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas.
Bacia Estreita Uma mulher com bacia estreita não teria espaço para a passagem do bebê Existem situações não muito comuns em que um bebê é grande demais para a bacia da mulher, ou então está numa posição que não permite seu encaixe. Não mais que 5% dos partos estariam sujeitos a essa condição. Além disso, tecnicamente é impossível saber se o bebê não vai passar enquanto o trabalho de parto não acontecer, a dilatação chegar ao máximo e o bebê não se encaixar.
Parto Seco Um parto depois que a bolsa rompeu seria uma tortura de tão doloroso. A verdade é que depois que a bolsa rompe o líquido amniótico continua a ser produzido, e a cabeça do bebê faz um efeito de "fechar" a saída, de modo que o líquido continua se acumulando no útero. Além disso o colo do útero produz muco continuamente que serve como um lubrificante natural para o parto.
Parto Demorado Um bebê estaria correndo riscos porque o parto foi/está sendo demorado. Na verdade o parto nunca é rápido demais ou demorado demais enquanto mãe e bebê estiverem bem, com boas condições vitais, o que é verificado durante o trabalho de parto. Um parto pode demorar 1 hora como pode demorar 3 dias, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde. O que dá à equipe as pistas sobre o bebê são os batimentos cardíacos. Enquanto eles estiverem num padrão tranquilizador, então o parto está no tempo certo para aquela mulher.
Bebê passou da hora O bebê teria como uma "data de validade" após a qual ele ficaria doente Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação. O importante é o bom pré-natal. Caso os exames apontem para uma diminuição da vitalidade, a indução do parto pode ser uma ótima alternativa.
Cordão Enrolado A explicação é de que o bebê iria se enforcar no cordão umbilical O cordão umbilical é preenchido por uma gelatina elástica, que dá a ele a capacidade de se adaptar a diferentes formas. O oxigênio vem para o bebê através do cordão direto para a corrente sanguínea. Assim, o bebê não pode sufocar.
Não entrou/não teve  trabalho de parto A idéia aqui é de que a mulher em questão tem uma falha que a impede de entrar em trabalho de parto A verdade é que toda mulher entra em trabalho de parto, mais cedo ou mais tarde. Ela só não vai entrar em trabalho de parto se a operarem antes disso.
Não tem dilatação no final da gravidez A explicação é que o médico fez exame de toque com 38/39 semanas e diz que a mulher não vai ter parto porque não tem dilatação nenhuma no final da gravidez. Tecnicamente uma mulher pode chegar a 42 semanas sem qualquer sinal, sem dilatação, sem contrações fortes, sem perder o tampão e de uma hora para outra entrar em trabalho de parto e dilatar tudo o que é necessário. É impossível predizer como vai ser o parto por exames de toque durante a gravidez.
Placenta envelhecida A placenta ficaria tão envelhecida que não funcionaria mais e colocaria em risco a vida do bebê O exame de ultra-som não consegue avaliar exatamente a qualidade da placenta. A qualidade da placenta isoladamente não tem qualquer significado. Ela só tem significado em conjunto com outros diagnósticos, como a ausência de crescimento do bebê, por exemplo. A maioria das mulheres têm um "envelhecimento" normal e saudável de sua placenta no final da gravidez. Só será considerado anormal uma placenta com envelhecimento precoce, por exemplo, com 30 semanas de gravidez.
Curiosamente, a amamentação também tem uma maravilhosa lista de mitos e lendas, sempre no sentido de diminuir a confiança da mãe em sua capacidade. Se você conhece algum mito interessante do parto ou da amamentação que queira nos contar, nós poderemos incluir neste quadro! Aproveite agora para cuidar de você e do seu bebê. Não deixe que os pessimistas de plantão estraguem esse maravilhoso momento da vida de vocês.

Ana Cristina Duarte
Doula, Educadora Perinatal, Graduanda em Obstetrícia pela USP Leste
Mãe de Júlia (Cesárea Desnecessária) e Henrique (Parto Normal Hospitalar)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Parto Humanizado no Superpop - Parte 1/8

Entrevista com Naolí Vinaver

Gente vejam que legal divertido e inteligente.Retirado do www.partodoprincipio.com.br

13 de fevereiro de 2012

Marchinhas de carnaval para quem quer parto normal!

Nossas poetizas estão cheia de animação para este carnaval!
Curta algumas marchinhas criadas pelas ppzetes!

Se você pensa que cesárea é parto,
cesárea num é parto não!
cesárea tem fama de chique,
mas parto é que dá tesão!
Pode me faltar tudo na vida
hospital, agulha, punção
pode me faltar a droga
que isso não faz falta não..
Pode me faltar doutor,
isso eu acho até bobeira..
Só não quero é que me falte,
a danada (da doula) e da parteira!

Por Ana Cris e Roselene



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Ô abre a sala que quero cortar
Ô abre a sala que quero cortar
Sou cesarista, não posso negar
No feriado não vou trabalhar.

Por Paty Brandão

Retirado do www.partohumanizado.com.br Obrigado a Grande Mestra Marilia Largura.

PARTO HUMANIZADO
por Marilia Largura


1) O NASCIMENTO TAMBÉM TEM SUA HISTÓRIA
Todos nós sentimos que estamos em uma etapa decisiva do futuro da humanidade. Mesmo se acharmos que a prática generalizada da fecundação "in vitro" e de mães de substituição não é para agora, as modificações que ocorreram neste últimos anos foram bastante significativas.
O profissional que se dedica ao nascimento e que é sensível à sua problemática não pode ficar indiferente e deixar de se interrogar sobre o que se passa sob seus olhos. O presente e o passado são objeto de sua curiosidade. Como eram as práticas culturais que acompanhavam os nascimentos? Somos solidários de um passado que conhecemos mal. Existe, entretanto, uma certeza: nós somos, em maior ou menor grau, condicionados por ele. Os hábitos e comportamentos, as práticas dos tempos passados influenciam ainda, às vezes mais do que pensamos, os comportamentos atuais. 
Passaram-se dois séculos de medicalização do parto. Durante esse período a tendência, os esforços foram realizados no sentido de retirar da assistência ao parto tudo o que não fosse estritamente relacionado ao biológico e à arte médica. Medidas tomadas priorizavam a higiene pensando em favorecer o indivíduo. Ficaram esquecidos os aspectos espirituais, psicológicos e sociais. Um exemplo que ilustra muito bem essa tendência foi a criação de berçários para recém-nascidos normais que condicionou longo tempo de separação entre mãe e filho.
Vivemos numa época caracterizada pelo consumismo, que por sua vez, leva ao materialismo, à confiança na tecnologia, à perda da individualidade, ao conforto que estabiliza e impede o indivíduo de arriscar e criar novas situações, que transformou o homem num simples "objeto" de consumo, que amortiza as consciências. Na família, poucos filhos, o divórcio (nos USA de cada dois casamentos, um termina em divórcio). Liberdade sexual que se seguiu à anti-concepção. 
Todos esses fatores influem de forma direta ou indireta sobre o nascimento.  Humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biológicas e sociais.

A mulher é um animal racional. Nada que é humano é puramente corporal, assim como nada é puramente espiritual. O corpo (soma, em grego) e o espírito (psiché) estão simultaneamente presentes.

Nas questões relativas ao parto não só os médicos deveriam ser ouvidos mas antes de tudo a mulher que faz a experiência de dar à luz.
A colaboração de outros profissionais que em seu campo de pesquisa e trabalho privilegiam a condição feminina viria enriquecer e reforçar as mudanças que se fazem necessárias nessa área. Lembramos das assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, antropólogos, enfermeiras-obstétricas, parteiras tradicionais.

O nascimento não é um mecanismo de "fabricação" de crianças. É um processo de criação.